sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O mundo sem estresse

Pesquisas divulgadas pelo jornal The Washington Post afirmam que o trabalho responde por uma parte significativa do estresse para mais de 60% das pessoas nos Estados Unidos. Penso que esse percentual não muito é diferente no Brasil, afinal, cada vez mais as pessoas vivenciam um alto grau de estresse em suas vidas.
O estresse pode ser causado pela ansiedade e depressão motivadas por inúmeros fatores: pressão no trabalho, mudança brusca no estilo de vida, exposição permanente a ambientes hostis, insatisfação com os próprios resultados, trânsito infernal, desgastes no relacionamento pessoal e profissional, diferenças de posição em relação a determinadas ideias.
Quando os sintomas de estresse são submetidos a intervalos maiores de tempo, os mecanismos de defesa do ser humano são incapazes de responder de maneira eficaz. Isso aumenta a probabilidade de uma pessoa sofrer um acidente cardiovascular, uma isquemia cerebral, um apagão na memória, além da angústia generalizada que interfere nas suas decisões e no seu desempenho.
Tudo isso é fato, mas o mais relevante a ser considerado em relação ao estresse é que você não consegue mais viver sem ele, portanto, deve aprender a administrá-lo. Pense bem: se a rotina provoca estresse, a falta de rotina também; se a convivência com pessoas provoca estresse, a ausência delas também; se o excesso de trabalho causa estresse, o desemprego causa estresse maior ainda; se dirigir provoca estresse, andar de ônibus, então, nem se fala.
Como diria um ex-colega de trabalho, vamos estressar o assunto e imaginar a vida sem estresse. O que seria do mundo se os homens fossem todos uns bananas, as mulheres submissas, os empregos estáveis, os chefes bonzinhos, os filhos mais obedientes, os funcionários motivados, as empresas mais humanas e os políticos menos inconsequentes? Provavelmente, uma chatice absoluta. Qual seria o seu desafio na vida?
Por vezes eu fico imaginando se as pessoas desejam realmente reduzir o nível de estresse considerando que estão envolvidas, cada vez mais, com trabalho, compromissos sociais e tantas parafernálias tecnológicas à sua disposição que facilitam e ao mesmo tempo escravizam o seu dia a dia. Duvida? Tente ficar uma semana longe de tudo isso.
Questões para pensar na cama: será que você está levando mesmo a sério o estresse? O que você tem feito para reduzir o estresse? Não seria o estresse o principal fator de motivação para a superação de obstáculos na vida pessoal e profissional? Se o estresse é tão prejudicial quanto dizem que é, por que as pessoas não mudam radicalmente seus hábitos? O que o ser humano consegue fazer sem estresse? Penso que não temos as respostas para nenhuma delas.
Minha intenção ao escrever este artigo não é livrá-lo do estresse mesmo porque não acredito que isso seja possível. Ao contrário, por experiência, penso que uma dose de estresse bem administrada de tempos em tempos pode ser muito útil na conquista de metas e objetivos. Entretanto, algumas atitudes devem ajudá-lo a conviver mais pacificamente com o estresse sem, necessariamente, afetar o seu desempenho pessoal e profissional. Leia, pratique e mude seus hábitos.
Exercite-se: está mais do que provado que quando você se exercita, sua mente passa a ter pensamentos positivos, pois a prática esportiva libera endorfina, substância química capaz de estimular o bom humor. Além do mais, exercícios físicos estimulam a circulação sanguínea e melhoram a oxigenação do cérebro. O corpo vai agradecer.
Relaxe: você não é um robô, portanto, isole-se de vez em quando e não faça nada por alguns instantes. Relaxamento e massagens também são inibidores poderosos da tensão e do estresse. A mente vai agradecer.
Medite regularmente: depois de relaxar, viagem dentro de si mesmo e encontre um lugar feliz; fuja do caos urbano, dos desencontros com o chefe, das discussões familiares e acalme sua mente. A consciência vai agradecer.
Pratique a leitura: leia livros - inclusive os meus, é óbvio - e viagem para onde você quiser; a leitura provoca sensações inexplicáveis de prazer e distanciamento das coisas mundanas. O seu raciocínio vai agradecer.
Não leve a vida tão a sério: estresse tem tudo a ver com o grau de importância demasiado que você atribui a determinados eventos que ocorrem na sua vida, portanto, quanto mais humor, menos sofrimento e dor. O seu futuro vai agradecer.
Todas as dificuldades da vida têm o seu lado bom. Problemas cabeludos são interessantes para se resolver. O fim do casamento pode ser uma excelente oportunidade para encontrar uma pessoa mais alinhada com o seu jeito de pensar e agir. A demissão pode ser a porta de entrada para o sucesso como empreendedor. As adversidades nos fazem crescer.
Por fim, lembre-se, o estresse não vai acabar com você nem você vai acabar com ele. Vocês estão intimamente ligados numa relação de amor e ódio, portanto, relaxe. Quanto mais consciência e equilíbrio você tiver para conviver pacificamente com ele, melhor. Estresse também é sinal de como as coisas estão evoluindo no campo pessoal e profissional.
Pense nisso e seja feliz!
Jerônimo Mendes
 (www.rh.com.br)

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